Para trazer a questão das mutações genéticas para o território da arte, a artista australiana Patricia Piccinini se utiliza do realismo como linguagem, apresentando ao espectador um universo de criaturas desconhecidas, porém palpáveis e surpreendentemente afetuosas. ComCiência, um neologismo que carrega sentido duplo, conectando consciente e ciência, propõe ao público um percurso narrativo entre esculturas, desenhos, fotografias e vídeos.
Os olhares, os gestos cheios de ternura de suas criaturas humanoides nos encantam e questionam o tempo todo nossa ética e sociedade. A doçura de seus olhares ante suas figuras grotescas, tão belamente criadas em técnica hiper realista. Tão vivas, capturadas em um instante de intimidade.
Fui a São Paulo no inicio do mês, ver pela segunda vez a exposição ComCiência.
Muito inquietante, porque nos faz pensar demais em nosso papel observador, diante das descobertas e utilizações da ciência. A engenharia genética, as novas tecnologias e nossa ilusão de que máquinas humanizadas terão humanidade.
Impressionante e questionadora a obra de Patricia Piccinini.
Muito mais no site dela www.patriciapiccinini.net/