Perdemos nosso querido Rubem Alves. Partiu para a grande aventura, viver o grande mistério de todos nós, que só especulamos esta existência e temos Fé.
Já postei textos e frases dele muitas vezes e muito do que sei sobre educar, foi me inspirando em seus textos. Diverti meus alunos com suas histórias sobre os bichos, onde o ensinamento surge muito tempo depois, na reflexão, no encantamento da inocência, com frases tão doces das crianças, na aspereza inquieta dos adolescentes, na aparente indiferença, nos olhares brilhantes e cumplices de quem se sentiu compreendido.
“… Eu costumo brincar que o corpo é muito mais inteligente que a cabeça e ele carrega duas caixas. Uma é a “caixa de ferramentas”, com tudo de que precisamos para resolver questões práticas. Só carregamos as ferramentas necessárias para as situações que estamos vivendo. Por exemplo, é idiotice um sujeito levar um furador de gelo para o deserto. Então, o corpo seleciona o que é realmente útil. Na segunda caixa estão os brinquedos, tudo aquilo que, não sendo útil, nos dá prazer e alegria: música, poesia, literatura, pintura, culinária, a capacidade de contemplar a natureza, de identificar a beleza nos jardins. Essas coisas não servem para nada, mas compõem a felicidade humana. Quem não as tem é uma pessoa bruta, estúpida, sem sensibilidade. Tudo o que não é ferramenta nem brinquedo é esquecido. Isso faz parte da sabedoria do corpo. … Nietzsche, meu filósofo favorito, dizia que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. Ou seja, o educador é parte de uma tarefa mágica, capaz de encantar crianças e adolescentes, o que é bem diferente de simplesmente dar aula. Dar aula é só dar alguma coisa. Ensinar é muito mais fascinante. ” (Rubem Alves)
E assim se vai nosso amado Rubem, seguindo a sabedoria da natureza, suavemente, como ele queria, aos pouquinhos.
Que pena!
❤